5.8.02

não, eu não sumi por estar deprimido ou algo do gênero. fiquei trabalhando. e muito, por sinal. fazendo templates, escrevendo roteiro, pesquisando e planejando. estou com a cabeça muito cheia mas pelo menos estou criando e é uma exaustão que compensa.
sempre que estou assim eu lembro do bob fosse. coreógrafo, diretor de cinema e teatro, bailarino, ator, mulherengo e homem de muitos vícios, fosse era um homem obstinado e egocêntrico. manipulador, frio, péssimo pai, porém excelente no seu trabalho.
esse é um dilema existencial em que "all that jazz" firma-se. fosse, interpretado brilhantemente (o melhor termo é imitado) por roy scheider, vive pelo excesso. em tudo. trabalho, mulheres, bebidas e estimulantes eram consumidos a todo momento. ele não podia parar. mas todo mundo tem de parar. e a morte sempre nos espera.
qualquer tipo de arte é conquistada com dedicação e talento. entretanto aonde eles nos levam? a trabalhos melhores ou a um distanciamento das pessoas que amamos? não são perguntas fáceis e sempre que nos entregamos ao ofício levantamos essas questões. apenas tenho certeza que estou fazendo escolhas. algumas agradáveis e outras não. e espero que elas me levem a algum lugar.
e enquanto não encontro o meu anjo da morte, fico aqui no meu canto. pensando e trabalhando. e esperando minha amada que já vai chegar. e o show deve continuar.
escrito por jmm | |